Porque eu não gosto da “regra dos 4%” adotada pelos americanos….
Com o fim do recebimento da renda ativa proveniente do meu emprego agora só me resta passar a viver da renda passiva proporcionada pelos meus investimentos, porém diferentemente da maioria das pessoas que buscam FIRE (Independência Financeira e Aposentadoria Antecipada) eu não irei adotar a famosa “regra dos 4%” que os americanos tanto gostam. Para quem não conhece, essa regra diz que você pode sacar anualmente 4% do seu patrimônio e ainda sim os rendimentos gerados pelos investimentos irão possibilitar que você faça isso pelo resto da vida (que não é bem o resto da vida e sim por 30 anos). Mas de onde veio essa "ideia maluca"? Quem foi que um dia simplesmente disse que limitando os saques a 4% do valor total dos investimentos você seguramente não irá ficar sem recursos no fim da vida?
Basicamente essa regra nasceu em 1990 quando um estudo publicado nos Estados Unidos determinou que baseado no comportamento das últimas décadas da bolsa americana é seguro afirmar que uma pessoa sacando 4% do valor total dos investimentos todos os anos levará mais que 30 anos para gastar todo seu dinheiro. Ou seja, esse estudo fez diversas simulações e concluiu que a taxa segura de retirada para que uma pessoa possa viver apenas dos investimentos por 30 anos é de 4% ao ano, isso garantiria que esse plano de aposentadoria irá ser bem sucedido em 96% dos casos. É importante ressaltar que o termo “bem sucedido” assume que se a pessoa depois de 30 anos ainda tiver 1 dólar em sua conta e gastou todo o resto ainda sim o estudo considera como sucesso. Ou seja, pode ser que depois de 30 anos você seja tanto um bilionário ou um mendigo com 1 dólar no bolso e ainda sim para o estudo a estratégia da taxa segura de retirada de 4% funcionou.
Então segundo esse estudo basicamente o Sr.IF hoje com seu patrimônio de R$3.7 milhões poderia seguramente sacar 4% ao ano que seria equivalente à R$148 mil reais (R$12.300,00 por mês) e ainda sim ficar tranquilo pelos próximos 30 anos. Porém eu simplesmente me recuso a adotar tal regra e os motivos são vários, o primeiro e mais óbvio deles é que esse estudo foi feito utilizando dados do mercado americano e não está certo simplesmente transporta-lo para a realidade brasileira e assumir que automaticamente esse mecanismo irá funcionar da mesma forma por aqui. Segundo, mesmo que fosse possível aplicar essa metodologia ao mercado brasileiro ainda sim a possibilidade de ver meu patrimônio sendo drenado durante 3 décadas ao ponto do estudo dizer que em alguns casos eu vou terminar com 1 real na carteira quando tiver 70 anos (e pior, em 4% dos casos eu terei zero de dinheiro) simplesmente não é aceitável para mim. Por último essa regra dos 4% viola uma das máximas básicas do mercado financeiro “rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura”, esse estudo praticamente considera que o mercado financeiro irá se comportar no futuro da mesma forma que vem se comportando até hoje, que ideia maluca na minha opinião!
Por tudo que disse acima eu simplesmente descartei a idéia de utilizar a “regra dos 4%” no meu plano de independência financeira. Mas espera aí, o Sr.IF “saca” praticamente R$15 mil por mês dos seus investimentos todos os meses! Pois é, apesar de me sentir desconfortável em utilizar a “regra do 4%” eu me sinto absolutamente seguro em utilizar os recursos gerados pela renda passiva sem ter que tocar diretamente no montante principal. Hoje a taxa segura de retirada do Brasil ainda é desconhecida, mas o blog do Aposente Aos 40 possui uma série de posts em três partes onde de forma genial ele trouxe o experimento americano para a realidade brasileira, você pode começar a ler essa série AQUI. Mas basicamente podemos meio que afirmar que uma taxa segura de retirada brasileira fica próximo dos 5% ao ano, então por aqui deveríamos chamar de “regra dos 5%”. Essa porcentagem realmente coincide com o valor da renda passiva que recebo todos os meses, porém a maneira que o dinheiro sai do meu patrimônio em forma de dividendos me trás a sensação de que o principal fica intocado, apesar de tudo tenho a consciência de que se não re-investir parte dessa renda fatalmente deixarei a inflação corroer o meu patrimônio ao longo de décadas, não que isso seja um problema já que considero natural a redução do patrimônio uma vez que não faço questão de deixar grandes heranças e nem de ser enterrado milionário. Por isso adotei uma maneira própria de gerenciar meus recursos que consiste em reinvestir 15% dos meus gastos para compensar a inflação, falei em detalhes no post “Regra dos 15%…” e esse mês já estou colocando em prática.
As vezes sinto que complico demais as coisas, mas no meu caso é por pura diversão… gosto de brincar com as planilhas e testar metodologias. Porém se essa não é a sua praia basta nunca gastar mais doque ganha, seja vivendo de renda ativa ou mesmo de renda passiva, e tudo ficará bem. Esqueça as regras e seja feliz!rs
Sr.IF
Basicamente essa regra nasceu em 1990 quando um estudo publicado nos Estados Unidos determinou que baseado no comportamento das últimas décadas da bolsa americana é seguro afirmar que uma pessoa sacando 4% do valor total dos investimentos todos os anos levará mais que 30 anos para gastar todo seu dinheiro. Ou seja, esse estudo fez diversas simulações e concluiu que a taxa segura de retirada para que uma pessoa possa viver apenas dos investimentos por 30 anos é de 4% ao ano, isso garantiria que esse plano de aposentadoria irá ser bem sucedido em 96% dos casos. É importante ressaltar que o termo “bem sucedido” assume que se a pessoa depois de 30 anos ainda tiver 1 dólar em sua conta e gastou todo o resto ainda sim o estudo considera como sucesso. Ou seja, pode ser que depois de 30 anos você seja tanto um bilionário ou um mendigo com 1 dólar no bolso e ainda sim para o estudo a estratégia da taxa segura de retirada de 4% funcionou.
Então segundo esse estudo basicamente o Sr.IF hoje com seu patrimônio de R$3.7 milhões poderia seguramente sacar 4% ao ano que seria equivalente à R$148 mil reais (R$12.300,00 por mês) e ainda sim ficar tranquilo pelos próximos 30 anos. Porém eu simplesmente me recuso a adotar tal regra e os motivos são vários, o primeiro e mais óbvio deles é que esse estudo foi feito utilizando dados do mercado americano e não está certo simplesmente transporta-lo para a realidade brasileira e assumir que automaticamente esse mecanismo irá funcionar da mesma forma por aqui. Segundo, mesmo que fosse possível aplicar essa metodologia ao mercado brasileiro ainda sim a possibilidade de ver meu patrimônio sendo drenado durante 3 décadas ao ponto do estudo dizer que em alguns casos eu vou terminar com 1 real na carteira quando tiver 70 anos (e pior, em 4% dos casos eu terei zero de dinheiro) simplesmente não é aceitável para mim. Por último essa regra dos 4% viola uma das máximas básicas do mercado financeiro “rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura”, esse estudo praticamente considera que o mercado financeiro irá se comportar no futuro da mesma forma que vem se comportando até hoje, que ideia maluca na minha opinião!
Por tudo que disse acima eu simplesmente descartei a idéia de utilizar a “regra dos 4%” no meu plano de independência financeira. Mas espera aí, o Sr.IF “saca” praticamente R$15 mil por mês dos seus investimentos todos os meses! Pois é, apesar de me sentir desconfortável em utilizar a “regra do 4%” eu me sinto absolutamente seguro em utilizar os recursos gerados pela renda passiva sem ter que tocar diretamente no montante principal. Hoje a taxa segura de retirada do Brasil ainda é desconhecida, mas o blog do Aposente Aos 40 possui uma série de posts em três partes onde de forma genial ele trouxe o experimento americano para a realidade brasileira, você pode começar a ler essa série AQUI. Mas basicamente podemos meio que afirmar que uma taxa segura de retirada brasileira fica próximo dos 5% ao ano, então por aqui deveríamos chamar de “regra dos 5%”. Essa porcentagem realmente coincide com o valor da renda passiva que recebo todos os meses, porém a maneira que o dinheiro sai do meu patrimônio em forma de dividendos me trás a sensação de que o principal fica intocado, apesar de tudo tenho a consciência de que se não re-investir parte dessa renda fatalmente deixarei a inflação corroer o meu patrimônio ao longo de décadas, não que isso seja um problema já que considero natural a redução do patrimônio uma vez que não faço questão de deixar grandes heranças e nem de ser enterrado milionário. Por isso adotei uma maneira própria de gerenciar meus recursos que consiste em reinvestir 15% dos meus gastos para compensar a inflação, falei em detalhes no post “Regra dos 15%…” e esse mês já estou colocando em prática.
As vezes sinto que complico demais as coisas, mas no meu caso é por pura diversão… gosto de brincar com as planilhas e testar metodologias. Porém se essa não é a sua praia basta nunca gastar mais doque ganha, seja vivendo de renda ativa ou mesmo de renda passiva, e tudo ficará bem. Esqueça as regras e seja feliz!rs
Sr.IF