A minha frugalidade é uma farsa…
Caso eu não tenha deixado claro ainda o meu caminho até a independência financeira não foi galgado às custas de muito sacrifício financeiro e frugalidade mas sim através de uma carreira que misturou pitadas de sorte com competência e que me permitiu atingir um nível de renda que ao longo de duas décadas culminou noque estou vivendo hoje. Nesse texto vai ser difícil não parecer snob mas farei o possível para não passar essa impressão, porém a verdade é que minha frugalidade até então limitou-se à não fazer grandes extravagâncias e nunca exigiu de mim enormes sacrifícios, posso até dizer que nunca passei vontades quando o assunto era comprar coisas.
Apesar do meu começo de carreira não ter sido extremamente bem remunerado ainda sim sempre contava com dinheiro de sobra uma vez que nessa na época eu ainda morava na casa dos meus pais, então praticamente sobrava meu salário inteiro só para cobrir as gastanças. Mais tarde quando saí de casa e fui morar sozinho eu já podia contar com uma remuneração bem superior ao meu primeiro emprego porque tive a sorte de entrar na maior empresa do Brasil (não estou falando da Varig e sim da TAM), com isso pude manter meu padrão de gastos elevado ao mesmo tempo que nunca precisei fazer continhas para saber se o dinheiro iria acabar antes do fim do mês. Finalmente depois de ver minha carreira decolar fui trabalhar no exterior onde aí sim passei a receber salário de marajá, nessa época eu entrava em um supermercado e tocava o f@da-se noque colocava no carrinho de compras, por mais que eu gastasse ainda sim sobrava tanto no final do mês que na minha cabeça eu era o mago das finanças… com crise ou sem crise os aportes eram enormes, não tinha recuo da bolsa que impedisse o crescimento patrimonial mes após mes.
Mas porque estou contando essa historinha de marajá? Para me gabar do meu passado de sucesso? Claro que não, na verdade é para compartilhar com você como tem sido difícil a minha adaptação à nova realidade. Desde que passei a viver de renda algo mudou dentro de mim, aquela tranquilidade que eu tinha quando via dinheiro saindo do meu bolso desapareceu, comecei a fazer continhas mentais para estimar quanto serão os gastos até o fim do mês e se a grana vai dar (mesmo quando eu já tinha percebido que ia sobrar mais da metade da renda passiva). É um desconforto diário e que espero tratar-se apenas de uma transição.
Hoje fui ao supermercado aqui na Austrália e pela primeira vez na vida fiquei olhando os preços para procurando por ofertas, mais uma vez sem querer parecer pedante eu tive que cair na real assim como um super herói que acabou de perder seus superpoderes. Se antes eu me sentia imbatível por saber que no próximo mês entraria novamente um novo salário de mais de R$50 mil, agora chegou a hora de encarar a realidade e viver como uma pessoa comum. Deixar de ser aquele “moleque mimado” e virar um adulto que faz continhas para ver até onde dá para gastar sem comprometer o orçamento.
“Mas coitadinho do Sr.IF, reclamando de supermercado enquanto viaja pela Austrália”, eu sei meu caro leitor… como disse não quero parecer snob, mas conforme comentei no post “Daqui pra frente é ladeira abaixo..” adaptar-se à uma realidade pior é sempre complicado. Minha planilha financeira que antes servia para fazer projeções do meu patrimônio quando atingisse a IF agora é utilizada para controlar o orçamento e estimar o quanto eu posso gastar por dia, por semana ou por mês. Gastei muito hoje? Quanto vai sobrar para eu alugar o próximo Air B&B? Quanto dá pra gastar com comida?!?!? É isso que minhas fianças viraram após a IF, tudo bem que essa viagem que eu fui inventar lascou tudo e se eu tivesse ficado quietinho lá em Bali conformer tinha planejado inicialmente daria para viver tranquilamente sem ter que me estressar com orçamento, mesmo tendo subestimado o valor do aluguel por lá.
A verdade é que até então a minha frugalidade foi uma farsa e continua sendo pelo visto, que tipo de frugalidade era essa onde alguém entrava no supermercado e nem olhava preços? Que pessoa frugal faz incontáveis viagens de férias? Compra celular novo quando dá na telha? E por aí vai… mesmo começando a cair na real ainda sim não dá para chamar de frugalidade quando o cara decide que é uma boa ideia passar dois meses viajando por um país caro como a Austrália. Como dizem por aí, faça oque eu digo mas não faça oque eu faço. O preço que eu estou pagando por essa falta de sintonia com o mundo real da Independência Financeira e Aposentadoria Antecipada é a preocupação diária com as finanças, infelizmente me pego por diversas vezes ao dia fazendo continhas pra ver se um gasto cabe ou não no meu orçamento, vasculho o site do Air B&B para achar uma acomodação que não comprometa muito as finanças e tento não penalizar muito o orçamento comendo todo dia fora. Enfim, quem sabe daqui pra frente eu aprenda oque é frugalidade de verdade e possa dar o exemplo? Porque até agora tudo não passou de coisa pra “inglês ver”.
Sr.IF
Apesar do meu começo de carreira não ter sido extremamente bem remunerado ainda sim sempre contava com dinheiro de sobra uma vez que nessa na época eu ainda morava na casa dos meus pais, então praticamente sobrava meu salário inteiro só para cobrir as gastanças. Mais tarde quando saí de casa e fui morar sozinho eu já podia contar com uma remuneração bem superior ao meu primeiro emprego porque tive a sorte de entrar na maior empresa do Brasil (não estou falando da Varig e sim da TAM), com isso pude manter meu padrão de gastos elevado ao mesmo tempo que nunca precisei fazer continhas para saber se o dinheiro iria acabar antes do fim do mês. Finalmente depois de ver minha carreira decolar fui trabalhar no exterior onde aí sim passei a receber salário de marajá, nessa época eu entrava em um supermercado e tocava o f@da-se noque colocava no carrinho de compras, por mais que eu gastasse ainda sim sobrava tanto no final do mês que na minha cabeça eu era o mago das finanças… com crise ou sem crise os aportes eram enormes, não tinha recuo da bolsa que impedisse o crescimento patrimonial mes após mes.
Mas porque estou contando essa historinha de marajá? Para me gabar do meu passado de sucesso? Claro que não, na verdade é para compartilhar com você como tem sido difícil a minha adaptação à nova realidade. Desde que passei a viver de renda algo mudou dentro de mim, aquela tranquilidade que eu tinha quando via dinheiro saindo do meu bolso desapareceu, comecei a fazer continhas mentais para estimar quanto serão os gastos até o fim do mês e se a grana vai dar (mesmo quando eu já tinha percebido que ia sobrar mais da metade da renda passiva). É um desconforto diário e que espero tratar-se apenas de uma transição.
Hoje fui ao supermercado aqui na Austrália e pela primeira vez na vida fiquei olhando os preços para procurando por ofertas, mais uma vez sem querer parecer pedante eu tive que cair na real assim como um super herói que acabou de perder seus superpoderes. Se antes eu me sentia imbatível por saber que no próximo mês entraria novamente um novo salário de mais de R$50 mil, agora chegou a hora de encarar a realidade e viver como uma pessoa comum. Deixar de ser aquele “moleque mimado” e virar um adulto que faz continhas para ver até onde dá para gastar sem comprometer o orçamento.
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- Quais são mesmo os seus super poderes? - Eu sou rico. |
“Mas coitadinho do Sr.IF, reclamando de supermercado enquanto viaja pela Austrália”, eu sei meu caro leitor… como disse não quero parecer snob, mas conforme comentei no post “Daqui pra frente é ladeira abaixo..” adaptar-se à uma realidade pior é sempre complicado. Minha planilha financeira que antes servia para fazer projeções do meu patrimônio quando atingisse a IF agora é utilizada para controlar o orçamento e estimar o quanto eu posso gastar por dia, por semana ou por mês. Gastei muito hoje? Quanto vai sobrar para eu alugar o próximo Air B&B? Quanto dá pra gastar com comida?!?!? É isso que minhas fianças viraram após a IF, tudo bem que essa viagem que eu fui inventar lascou tudo e se eu tivesse ficado quietinho lá em Bali conformer tinha planejado inicialmente daria para viver tranquilamente sem ter que me estressar com orçamento, mesmo tendo subestimado o valor do aluguel por lá.
A verdade é que até então a minha frugalidade foi uma farsa e continua sendo pelo visto, que tipo de frugalidade era essa onde alguém entrava no supermercado e nem olhava preços? Que pessoa frugal faz incontáveis viagens de férias? Compra celular novo quando dá na telha? E por aí vai… mesmo começando a cair na real ainda sim não dá para chamar de frugalidade quando o cara decide que é uma boa ideia passar dois meses viajando por um país caro como a Austrália. Como dizem por aí, faça oque eu digo mas não faça oque eu faço. O preço que eu estou pagando por essa falta de sintonia com o mundo real da Independência Financeira e Aposentadoria Antecipada é a preocupação diária com as finanças, infelizmente me pego por diversas vezes ao dia fazendo continhas pra ver se um gasto cabe ou não no meu orçamento, vasculho o site do Air B&B para achar uma acomodação que não comprometa muito as finanças e tento não penalizar muito o orçamento comendo todo dia fora. Enfim, quem sabe daqui pra frente eu aprenda oque é frugalidade de verdade e possa dar o exemplo? Porque até agora tudo não passou de coisa pra “inglês ver”.
Sr.IF