Disfarçando meus gastos...
Maquiagem financeira - operação contábil que consiste em ocultar prejuízos nas contas de uma empresa com o intuito de aparentar uma situação falsa de lucro.
Tendo em mente a definição acima vou confessar que tenho utilizado desse recurso nas minhas finanças pessoas desde que comecei a viver de renda, antigamente eu lançava todos os gastos no meu aplicativo independentemente quais fossem, porém desde que me vi obrigado à pagar por alguns serviços de forma integral mesmo que eles não fossem utilizados de imediato acabei decidindo maquiar meus gastos por dois motivos, o primeiro é tranquilidade de espírito e o segundo para que eu tenha uma idéia melhor dos meus gastos mensais. Um bom exemplo de gasto que paguei à vista e que na minha planilha foi anotado de forma parcelada é o seguro de saúde, quando contratei esse serviço desembolsei de uma única vez R$10.788,00 mas na minha contabilidade pessoal parcelei em 12 vezes de R$899,00. Acho esses tipo de maquiagem financeira útil para ter uma ideia melhor do meu custo de vida médio mensal.
Se por um lado a maquiagem financeira acima é aparente inofensiva e até de certa forma útil, não posso dizer o mesmo das pedaladas que dou para me sentir “menos pior” com relação à grandes gastos. Como pretendo passar mais de dois meses aqui na Austrália e ver meu orçamento estourar logo de cara me deixaria extremamente inseguro, decidi maquiar alguns gastos distribuindo o valor das compras entre os meses que ficarei por aqui. Por exemplo a passagem de avião, ao invés de ser lançada de forma única foi dividida por dois e contabilizada no mês em que cheguei e a segunda parte no mês que deixarei o país, quase que como se eu tivesse comprado a ida em março e a volta em maio. Já o aluguel do carro eu fui mais alem, o valor total de R$2.290,00 foi dividido pelos 64 dias que passarei aqui e lançado de forma proporcional em cada mês. Esse tipo de maquiagem financeira bviamente não tem utilidade nenhuma e serve apenas para diminuir meu pânico quando olho para o gráfico de gastos mensais, porém é preciso ficar atendo à possibilidade de que essa falsa ilusão me induza à gastar ainda mais do que o inicialmente planejei.
Alem dos gastos mencionados acima ainda auto-financie de forma parcelada o visto de estadia em Bali (12 vezes de R$143), passagem de ida e volta Bali-Copenhagen (R$928 que cairá só na contabilidade de setembro), passagem de retorno ao Brasil no final do ano (R$593 que cairá na contabilidade de dezembro) e visto para Austrália (R$1038 dividido pelos meses que ficarei aqui).
Alguns leitores mais atentos devem estar se perguntando de onde é que eu tiro dinheiro para auto-financiar meus gastos, até o momento tenho utilizado aquela reserva em dólares que mantive na conta corrente do exterior. Apesar de nos fechamentos mensais meus investimentos em dólares aparecerem de forma unificada, uma pequena parte ficou em moeda e tem sido utilizada para financiar esses parcelamentos. Espero poder repor o valor depositado nessa conta corrente com a renda passiva gerada no Brasil, tenho utilizado o velho método do câmbio paralelo onde troco dinheiro com amigos que ainda trabalham no exterior, eles depositam os dólares na minha conta no exterior e eu deposito em reais na conta deles no Brasil. Usamos sempre o valor do dólar do xe.com e assim fica bom para ambas as parte e evitamos as taxas abusivas dos bancos ou serviços de transferência. Imagino que tal procedimento deva esbarrar em alguma lei brasileira, mas a quantidade não é tão grande a ponto de ser chamativa.
O final do mês está próximo e com ele mais um fechamento mensal, depois de tantos posts reclamando dos gastos aqui na Austrália alguns ficarão decepcionados ao ver que mantive tudo sob controle e dentro do orçamento. Mas agora já sabem que os números reais são bem piores e que graças à maquiagem dos números minha vida pós-IF parece bem controlada do que na verdade é. Contudo a premissa principal do controle das finanças pessoais continua sendo a de NUNCA gastar mais do que ganho e assim não precisar colocar as mãos no bolo principal, até agora com maquiagem ou sem maquiagem tenho conseguido seguir essa premissa e sempre estarei disposto a fazer os ajustes necessários para a manutenção desse alicerce importante da minha independência financeira.
Sr.IF
Tendo em mente a definição acima vou confessar que tenho utilizado desse recurso nas minhas finanças pessoas desde que comecei a viver de renda, antigamente eu lançava todos os gastos no meu aplicativo independentemente quais fossem, porém desde que me vi obrigado à pagar por alguns serviços de forma integral mesmo que eles não fossem utilizados de imediato acabei decidindo maquiar meus gastos por dois motivos, o primeiro é tranquilidade de espírito e o segundo para que eu tenha uma idéia melhor dos meus gastos mensais. Um bom exemplo de gasto que paguei à vista e que na minha planilha foi anotado de forma parcelada é o seguro de saúde, quando contratei esse serviço desembolsei de uma única vez R$10.788,00 mas na minha contabilidade pessoal parcelei em 12 vezes de R$899,00. Acho esses tipo de maquiagem financeira útil para ter uma ideia melhor do meu custo de vida médio mensal.
Se por um lado a maquiagem financeira acima é aparente inofensiva e até de certa forma útil, não posso dizer o mesmo das pedaladas que dou para me sentir “menos pior” com relação à grandes gastos. Como pretendo passar mais de dois meses aqui na Austrália e ver meu orçamento estourar logo de cara me deixaria extremamente inseguro, decidi maquiar alguns gastos distribuindo o valor das compras entre os meses que ficarei por aqui. Por exemplo a passagem de avião, ao invés de ser lançada de forma única foi dividida por dois e contabilizada no mês em que cheguei e a segunda parte no mês que deixarei o país, quase que como se eu tivesse comprado a ida em março e a volta em maio. Já o aluguel do carro eu fui mais alem, o valor total de R$2.290,00 foi dividido pelos 64 dias que passarei aqui e lançado de forma proporcional em cada mês. Esse tipo de maquiagem financeira bviamente não tem utilidade nenhuma e serve apenas para diminuir meu pânico quando olho para o gráfico de gastos mensais, porém é preciso ficar atendo à possibilidade de que essa falsa ilusão me induza à gastar ainda mais do que o inicialmente planejei.
Alem dos gastos mencionados acima ainda auto-financie de forma parcelada o visto de estadia em Bali (12 vezes de R$143), passagem de ida e volta Bali-Copenhagen (R$928 que cairá só na contabilidade de setembro), passagem de retorno ao Brasil no final do ano (R$593 que cairá na contabilidade de dezembro) e visto para Austrália (R$1038 dividido pelos meses que ficarei aqui).
Alguns leitores mais atentos devem estar se perguntando de onde é que eu tiro dinheiro para auto-financiar meus gastos, até o momento tenho utilizado aquela reserva em dólares que mantive na conta corrente do exterior. Apesar de nos fechamentos mensais meus investimentos em dólares aparecerem de forma unificada, uma pequena parte ficou em moeda e tem sido utilizada para financiar esses parcelamentos. Espero poder repor o valor depositado nessa conta corrente com a renda passiva gerada no Brasil, tenho utilizado o velho método do câmbio paralelo onde troco dinheiro com amigos que ainda trabalham no exterior, eles depositam os dólares na minha conta no exterior e eu deposito em reais na conta deles no Brasil. Usamos sempre o valor do dólar do xe.com e assim fica bom para ambas as parte e evitamos as taxas abusivas dos bancos ou serviços de transferência. Imagino que tal procedimento deva esbarrar em alguma lei brasileira, mas a quantidade não é tão grande a ponto de ser chamativa.
O final do mês está próximo e com ele mais um fechamento mensal, depois de tantos posts reclamando dos gastos aqui na Austrália alguns ficarão decepcionados ao ver que mantive tudo sob controle e dentro do orçamento. Mas agora já sabem que os números reais são bem piores e que graças à maquiagem dos números minha vida pós-IF parece bem controlada do que na verdade é. Contudo a premissa principal do controle das finanças pessoais continua sendo a de NUNCA gastar mais do que ganho e assim não precisar colocar as mãos no bolo principal, até agora com maquiagem ou sem maquiagem tenho conseguido seguir essa premissa e sempre estarei disposto a fazer os ajustes necessários para a manutenção desse alicerce importante da minha independência financeira.
Sr.IF