Até onde vai nossa responsabilidade financeira com os familiares?
O assunto dessa semana é de certa forma polêmico, quero refletir um pouco sobre até onde vai a nossa responsabilidade em ajudar os parentes quando o assunto é dinheiro. Quando criança eu cresci observando um dos meus avós sempre ajudado amigos e familiares através de empréstimos e doações, até então esses avós eram com certeza os mais ricos da família e apesar de eu não entender muita coisa do que acontecia no ambiente familiar sei que por anos eles sustentaram alguns primos, quitaram dívidas de irmãos e obviamente ajudaram a filha… minha mãe. Não sei exatamente qual foi a extensão da ajuda financeira que eles deram à minha mãe, mas tenho certeza de que no mínimo foi meu avô quem comprou o apartamento onde nasci, e como eu sei disso? Sei porque por diversas vezes quando presenciei algumas brigas entre meus pais a minha mães fez questão de jogar isso na cara dele, talvez justamente por isso hoje eu seja tão relutante em aceitar qualquer tipo de ajuda financeira vinda de quem for. De um jeito ou de outro ver meu avô “resgatando” um parente afundado em dívidas sempre fez parte do meu cotidiano até o dia em que ele veio à falecer, na verdade sempre me perguntei de onde veio tanto dinheiro já que ao meu ver um funcionário público aposentado não deveria ser rico… talvez fossem outros tempos do funcionalismo público ou então por estar envolvido na parte de fiscalização todo esse dinheiro teve origem ilícita, nunca saberei mas isso explicaria tal desejo de ajudar tanta gente. Porém um coisa eu trouxe comigo, dinheiro não se empresta para parente, se você tem apenas doe para a pessoa e se você não tem diga que não pode ajudar, porém emprestar acreditando que um dia aquele valor será devolvido jamais!
Felizmente hoje em dia não passo por esse difícil dilema de ter que ajudar um parente, meus pais são aposentados e a não ser que o governo brasileiro suspenda o pagamento da aposentadoria para os servidores federais não acredito que um dia terei que me envolver nas finanças deles. Meu irmão também parece muito bem encaminhado e o que resta são os parentes distantes os quais não sabem da minha situação financeira, situação essa que na verdade nem me permite ser de grande ajuda já que o patrimônio está todo imobilizado em investimentos e praticamente vivo um mês de cada vez com a renda passiva que entra no mês anterior, talvez eu possa ajudar com o que eu tenho guardado no Fundo Tio Patinhas mas sacar algo do principal somente em caso de vida ou morte, literalmente. Mas tudo isso é muito fácil de administrar quando estamos falando de primos, tios, etc… mas e quando o problema vem dos familiares diretos? Quem é que consegue não ajudar um irmão, pai ou filho em necessidade?
Digo isso porque acompanho de perto do drama da Srta.IF e sua família, para começar ela vem de uma cultura completamente esquisita onde as pessoas no geral simplesmente não tem qualquer tipo de aposentadoria vinda do governo e por isso consideram os filhos como fonte de renda na velhice, isso coloca um peso absurdo nas costas dos jovens por lá. Por algum tempo ela trabalhou fora do país natal e conseguiu ao mesmo tempo que acumulava patrimônio ajudar a mãe dela que aparentemente passava por dificuldades devido ao desemprego causado pela crise econômica no país, porém conforme foi chegando a data em que eu pediria demissão do meu trabalho para ir viver a IF o drama começou… se ela largasse o emprego também ficaria impossibilitada de continuar ajudando a mãe. E foi aí que eu comecei a me envolver e entender melhor a situação, descobri logo de cara que em termos financeiros o problema era muito maior do que parecia. Ela simplesmente estava sustentando uma mãe completamente descontrolada com dinheiro, era uma situação comparável à dar dinheiro para “bêbado comprar comida” sabendo que aquele dinheiro terá um outro fim, no caso da mãe o dinheiro acabava sendo usado para gerar mais dívida. Infelizmente ao invés de simplesmente utilizar a ajuda para quitar as obrigações a mãe da Srta.IF usou o dinheiro para dar a entrada no financiamento de um carro zero, financiar uma casa, etc… tudo sem o conhecimento da filha. Na verdade sem o conhecimento da filha até que foi necessário passar a dívida do imóvel para o nome da Srta.IF já que as parcelas tornaram-se impagáveis. Acompanhei de perto a Srta.IF sendo arrastada por esse turbilhão financeiro e sempre tentando manter distância segura da situação e me perguntando “até onde vai nossa responsabilidade financeira com os familiares”?
O resultado dessa história é que metade do patrimônio que a Srta.IF acumulou trabalhando fora foi usado para comprar uma casa que ela não queria e que possivelmente irá se revelar um péssimo investimento devido à localização, porém o drama não terminou aí obviamente… apesar do aluguel do imóvel ir parar todo na conta da mãe ainda sim o valor parece não ser suficiente nem para cobrir a parcela do carro financiado e ao tentar limitar a ajuda ao valor do aluguel recebido o clima ficou hostil ao ponto da mãe exigir que a Srta.IF devolva uma parte do dinheiro da casa que já tinha sido paga por ela no início do financiamento. Minha sugestão é que a casa seja vendida e o dinheiro repartido de forma justa, porém a situação do país está tão ruim que vender o imóvel sem prejuízo será impossível, daí a exigência da mãe querendo que a filha “compre” a parte dela de imediato. Como eu disse esse tipo de solução será como dar dinheiro para bêbado, é obvio que de imediato a situação estaria resolvida e seria até melhor para a Srta.IF ficar como proprietária do imóvel e não ter mais que repassar os aluguéis, porém em no máximo um ano eu tenho certeza que a mãe dela irá encontrar uma maneira de torrar a grana e voltar à estaca zero. Então o que fazer? “Até onde vai nossa responsabilidade financeira com os familiares”?
A essa altura você já deve estar pensando, nossa que mãe complicada, é que eu ainda não comentei que o pai infelizmente por problemas pessoais foi obrigado a abandonar o negócio próprio e está usando o dinheiro para “investir” em esquemas de pirâmide do tipo negociação de ouro on-line e mais recentemente em robôs de investimentos. Preciso dizer onde essa história vai terminar? Mas esse é assunto para outro post. Enfim aí fico eu aqui tentando manter minha distância, aconselhando da melhor maneira possível a Srta.IF e me perguntando… “até onde vai nossa responsabilidade financeira com os familiares”?
Sr.IF
Felizmente hoje em dia não passo por esse difícil dilema de ter que ajudar um parente, meus pais são aposentados e a não ser que o governo brasileiro suspenda o pagamento da aposentadoria para os servidores federais não acredito que um dia terei que me envolver nas finanças deles. Meu irmão também parece muito bem encaminhado e o que resta são os parentes distantes os quais não sabem da minha situação financeira, situação essa que na verdade nem me permite ser de grande ajuda já que o patrimônio está todo imobilizado em investimentos e praticamente vivo um mês de cada vez com a renda passiva que entra no mês anterior, talvez eu possa ajudar com o que eu tenho guardado no Fundo Tio Patinhas mas sacar algo do principal somente em caso de vida ou morte, literalmente. Mas tudo isso é muito fácil de administrar quando estamos falando de primos, tios, etc… mas e quando o problema vem dos familiares diretos? Quem é que consegue não ajudar um irmão, pai ou filho em necessidade?
Digo isso porque acompanho de perto do drama da Srta.IF e sua família, para começar ela vem de uma cultura completamente esquisita onde as pessoas no geral simplesmente não tem qualquer tipo de aposentadoria vinda do governo e por isso consideram os filhos como fonte de renda na velhice, isso coloca um peso absurdo nas costas dos jovens por lá. Por algum tempo ela trabalhou fora do país natal e conseguiu ao mesmo tempo que acumulava patrimônio ajudar a mãe dela que aparentemente passava por dificuldades devido ao desemprego causado pela crise econômica no país, porém conforme foi chegando a data em que eu pediria demissão do meu trabalho para ir viver a IF o drama começou… se ela largasse o emprego também ficaria impossibilitada de continuar ajudando a mãe. E foi aí que eu comecei a me envolver e entender melhor a situação, descobri logo de cara que em termos financeiros o problema era muito maior do que parecia. Ela simplesmente estava sustentando uma mãe completamente descontrolada com dinheiro, era uma situação comparável à dar dinheiro para “bêbado comprar comida” sabendo que aquele dinheiro terá um outro fim, no caso da mãe o dinheiro acabava sendo usado para gerar mais dívida. Infelizmente ao invés de simplesmente utilizar a ajuda para quitar as obrigações a mãe da Srta.IF usou o dinheiro para dar a entrada no financiamento de um carro zero, financiar uma casa, etc… tudo sem o conhecimento da filha. Na verdade sem o conhecimento da filha até que foi necessário passar a dívida do imóvel para o nome da Srta.IF já que as parcelas tornaram-se impagáveis. Acompanhei de perto a Srta.IF sendo arrastada por esse turbilhão financeiro e sempre tentando manter distância segura da situação e me perguntando “até onde vai nossa responsabilidade financeira com os familiares”?
O resultado dessa história é que metade do patrimônio que a Srta.IF acumulou trabalhando fora foi usado para comprar uma casa que ela não queria e que possivelmente irá se revelar um péssimo investimento devido à localização, porém o drama não terminou aí obviamente… apesar do aluguel do imóvel ir parar todo na conta da mãe ainda sim o valor parece não ser suficiente nem para cobrir a parcela do carro financiado e ao tentar limitar a ajuda ao valor do aluguel recebido o clima ficou hostil ao ponto da mãe exigir que a Srta.IF devolva uma parte do dinheiro da casa que já tinha sido paga por ela no início do financiamento. Minha sugestão é que a casa seja vendida e o dinheiro repartido de forma justa, porém a situação do país está tão ruim que vender o imóvel sem prejuízo será impossível, daí a exigência da mãe querendo que a filha “compre” a parte dela de imediato. Como eu disse esse tipo de solução será como dar dinheiro para bêbado, é obvio que de imediato a situação estaria resolvida e seria até melhor para a Srta.IF ficar como proprietária do imóvel e não ter mais que repassar os aluguéis, porém em no máximo um ano eu tenho certeza que a mãe dela irá encontrar uma maneira de torrar a grana e voltar à estaca zero. Então o que fazer? “Até onde vai nossa responsabilidade financeira com os familiares”?
A essa altura você já deve estar pensando, nossa que mãe complicada, é que eu ainda não comentei que o pai infelizmente por problemas pessoais foi obrigado a abandonar o negócio próprio e está usando o dinheiro para “investir” em esquemas de pirâmide do tipo negociação de ouro on-line e mais recentemente em robôs de investimentos. Preciso dizer onde essa história vai terminar? Mas esse é assunto para outro post. Enfim aí fico eu aqui tentando manter minha distância, aconselhando da melhor maneira possível a Srta.IF e me perguntando… “até onde vai nossa responsabilidade financeira com os familiares”?
Sr.IF