Não sei bem onde quero chegar, mas já tenho certeza de onde não quero estar…

Esse post abre uma nova fase da minha vida em busca do que talvez seja uma miragem, começo hoje o processo migratório para quem sabe até meados do próximo ano me mudar para Portugal. Após tirar todas as dúvidas com um escritório de advocacia especializado daremos início aos trâmites necessários para obter o visto de residente com base na renda passiva que recebo no Brasil, aparentemente estou qualificado para pleitear o chamado visto D7 destinado à aposentados e rentistas que recebem o valor mínimo mensal de um salário mínimo português (hoje em 600 euros) mais a metade disso para o cônjuge totalizando 900 euros por mês. Minha renda mensal atualmente gira em torno de 4.000 euros então essa parte aparentemente não será problema, mesmo assim não é um processo rápido e nem me parece simples… principalmente a parte que envolverá a Sra.IF e justamente por isso decidimos contratar um escritório especializado para tratar do assunto.





   Mais adiante conforme as coisas forem andando escrevo mais posts relatando o progresso da nova empreitada, porém não é disso que quero falar hoje e sim sobre a minha incessante busca do que já mais parece uma miragem do que um destino certo, eu simplesmente não sei onde quero estar… digo isso no sentido literal da palavra uma vez que nem eu e nem a Sra.IF conseguimos nos sentir “em casa” até o momento. E olha que não foi por falta de tentativas, incialmente eu imaginava que o nosso lugar seria mundo a fora desfrutando da liberdade sem fim que a independência financeira pode proporcionar, com isso em mente colocamos os pés na estrada e viajamos por mais de dois meses em território australiano. Foi uma experiência fantástica porém ao mesmo tempo desgastante já que mudar de cidade a cada semana exigiu bastante energia e logística, todas as vezes que a gente se acostumava com algum lugar já era hora de partir. No começo essa rotina (ou a falta da rotina) era empolgante, mas depois começou a incomodar. Não me entenda mal, após essa viagem a Austrália transformou-se no nosso maior sonho de consumo caso pudéssemos realmente escolher ela como o local definitivo para viver, porém até o momento não vejo uma maneira dentro da lei que nos permita residir por lá, mesmo como rentista. Então ao final da viagem foi hora de fazer as malas e tentar a vida na “paradisíaca” ilha de Bali. Esse tempo na estrada até inspirou um post sobre o assunto chamado “Viver viajando não é para mim”.


   Já escrevi posts inteiros sobre nossa experiência em Bali, mas mesmo sendo o país da Sra.IF nossa passagem por lá foi desastrosa e acabamos riscando aquela ilha do mapa para morar (e até mesmo passar férias). Sei que o local agrada muita gente só que infelizmente aquele estilo de vida não era pra gente, muita muvuca, barulho, sujeira, etc... Retornando ao Brasil imaginei que talvez aqui fosse meu lugar, principalmente devido às facilidades que morar por essas bandas traria já que toda a minha renda passiva é gerada aqui mesmo. Confesso que foi uma lua de mel curta com o nosso Brasilsão e infelizmente estou bastante incomodado com minha estadia mesmo economizando horrores em moradia, pensei que poderia me estabelecer por aqui de forma definitiva e usar como uma base para realizar viagens constantes. Apesar de não querer cometer a heresia em afirmar que estamos vivendo de forma precária ainda sim não gosto de morar na casa dos meus pais (que está vazia desde que se mudaram para Portugal), eu poderia muito bem alugar um lugar próprio ou até mesmo retirar o inquilino da minha casa que está alugada mas quando penso que depois de tudo isso ainda estaremos sujeitos ao dia a dia do Brasil a ideia simplesmente me desanima por completo. Como disse no título do post eu não sei bem onde quero chegar, mas já tenho certeza de onde não quero estar… no momento aqui com certeza não é o meu lugar, porém nunca diga nunca e prefiro não descartar que um dia moraria aqui novamente (assim como nunca descartarei a ideia de voltar a trabalhar um dia).


   E finalmente chegamos a mais um capítulo da jornada pós independência financeira onde quero crer eu que mudar para  Portugal e para perto dos meus familiares seja o que procuramos. Confesso que a ideia de morar por lá nunca despertou o brilho nos meus olhos, mas quem sabe não sou surpreendido? Talvez mais que o lugar em si a reaproximação com a minha família volte a despertar a sensação de “estou finalmente em casa”, coisa que eu já nem sei como é devido ao fato que estou na estrada desde que saí do Brasil para trabalhar. Naquela época também procurava um lugar para chamar de casa e por um tempo imaginei que moraria ali no deserto por um período prolongado, coisa que não aconteceu e acabei ficando mais tempo do que gostaria devido às amarras do emprego. Hoje podendo tirar proveito da liberdade quase plena que a independência financeira proporciona me permito tentar, errar, recolher os cacos para então tentar algo diferente… só esse ano já repeti esse ciclo 3 vezes e se Portugal não for o meu lugar continuarei tentando.


   Como disse iniciamos o processo migratório hoje e quem sabe até a metade do próximo ano estarei escrevendo os posts em terras lusitanas. Lembro que escrevi a mesma frase sobre Bali, sonhava com o dia que estaria escrevendo meus posts sentado em um dos muitos cafés naquela ilha e até hoje me surpreendo como por mais mirabolantes que os sonhos sejam ainda sim eles sempre acabam se realizando, nem que seja para se tornar um pesadelo depois!rs Para facilitar criei aí em cima uma nova categoria que concentrará todos os posts sobre Portugal. Me lembro que fiz o mesmo quando coloquei o plano Bali em ação mas acabei apagando essa categoria depois que ele naufragou, espero que dessa vez tudo seja diferente!rs


   Sr.IF